Quem Pensa Ri

Já dizia Fernando Pessoa: “Quem pensa, ri; só não ri quem só faz cara que pensa.” 

Estas são umas sábias palavras do nosso escritor Fernando Pessoa. Mal saberia o quanto estas frases se tornariam fulcrais no contexto da gestão; No contexto das organizações; No contexto da gestão de Pessoas. 

Rir, sentir alegria, bem estar, harmonia, ambiente seguro, reconhecimento… Só não percebe quem não avalia o seu impacto na produtividade. 

Na verdade, os estudos sobre a importância do bem estar nas equipas, nas organizações é algo que não é novidade em termos de produção científica, mas ainda  não é  um traço da “cultura” em muitas organizações. Em 2019, um artigo da Harvard Business Review, escrito por Alex Liu, tinha o seguinte título “Making Joy a Priority at Work”. E neste artigo o alerta era para que numa equipa produtiva a alegria surge da combinação de 3 factores: harmonia, impacto e reconhecimento. Todas estas dimensões dependem do perfil de liderança. E todas estas dimensões impactam na produtividade. 

Mas quantos líderes assumem que na sua organização a promoção da “alegria” é absolutamente crucial? Quantos colaboradores ainda acham que as atividades de teambuilding não são importantes? Quantos alunos de formação executiva consideram as atividades de inclusão, as atividades de teambuilding e de networking as menos relevantes? Os alunos serão, se é que já não são, líderes. Os atuais colaboradores, alguns, poderão  tornar-se líderes… pelo que é urgente a promoção da relevância destas questões em qualquer espaço de desenvolvimento pessoal e transformacional. 

E se em 2019 este era um dos temas relevantes, após a pandemia não tenho dúvidas que se tornou ainda mais fundamental. Todos os seres humanos precisam de alegria na sua vida e a alegria é das coisas que mais promove a coesão das equipas e das Pessoas. 

Depois de 1 ano em teletrabalho, em zoom, em teams, em casa, em frente a ecrans… como estarão os níveis de “alegria” entre as equipas? Entre os colaboradores e as suas chefias? Entre os colaboradores e a sua organização? Entre os pares? Entre nós?

Depois de 1 ano atípico quantos mais silos se criaram? Quantas “caras só pensam”?

Porque temos medo de sermos alegres nas nossas organizações? Porque isso não é profissional. Será? Mas decorarmos os espaços cheios de cores, definirmos espaços de lazer, mobiliários de design criativo, post its para as ideações nas paredes, colocar matrecos nas salas de convívio, escorregas e mesas de reunião em formato de baloiço… isso é “fancy” e sinal de modernidade. Infelizmente, isso é evidência física. Sendo muito importante, tudo isso só gera impacto com as Pessoas e a sua forma de estar. Todos esses artefactos só ganham significado com Pessoas alegres no local onde, na verdade, passam grande parte da sua vida. 

Por isso termino como comecei, a citar  Fernando Pessoa: 

Deixemos a seriedade aos que têm ideais em que perdem tempo e jeito. Pensemos, e acabemos de pensar com uma gargalhada.”

Mas que esta forma de estar não seja como o texto de Fernando Pessoa, um inédito! Seja uma “obra publicada” por todas as empresas.

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“Ana Côrte-Real, é uma marca de serviços de desenvolvimento pessoal e transformação de marcas.”

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